Tarólogos, Cartomantes e Afins: saber distinguir os cordeiros dos lobos!
Olá estimados leitores!
Apesar de, nesta minha área do Esoterismo, notar mais abertura quer por parte da sociedade, quer por parte dos que trabalham neste ramo, reparo ainda, apesar de tudo, um certo receio de ambas as partes.
As pessoas que trabalham no Esoterismo têm receio de falar sobre o seu trabalho (até eu própria confesso, já senti isso!), as pessoas que querem ser consultadas por estes têm receio de admitir que recorrem a esta forma de serviço.
No caso de quem trabalha no Esoterismo, como eu , o receio prende-se (falo por mim), pela possível discriminação por parte das pessoas de fora, que acham que quem trabalha com Tarot, cartas de jogo ou outra forma de oráculo e que faz disso uma forma de sustento, é um charlatão, uma pessoa que se aproveita das dúvidas e incertezas dos outros para ganhar dinheiro à custa disso. O que não é de todo verdade!
Um tarólogo que se faz pagar pelos seus serviços aproveita-se dos outros?
Nada disso! Não é missão do verdadeiro tarólogo "vender ilusões" e dar falsas esperanças, transformando-se num "santo milagreiro" que resolve todos os problemas dos que a ele recorrem... e lhe pagam bem!
A missão do tarólogo é a de ajudar a decifrar os desafios e questões que a vida nos põe à frente, bem como as lições a serem aprendidas nesses desafios, que, muitas vezes, não conseguimos compreender sozinhos, seja por que o sofrimento emocional (e às vezes físico) do problema em si tolda o nosso discernimento, ou porque na correria do dia-a-dia, o nosso casaço mental é tão intenso, que a faculdade natural de olharmos para dentro de nós e dos nossos problemas se torna como que "desaprendida", complicando as coisas.
O tarólogo, porque está de fora e porque faz parte do seu trabalho ter as suas capacidades extra sensoriais treinadas, ajuda o seu consultante na análise desses problemas e, na descoberta do caminho para a sua solução. Pode também propôr maneiras de "amenizar as dores" emocionais provocadas por esses problemas até à sua definitiva solução.
Vou dar dois exemplos fictícios mas que podiam muito bem ser reais:
Caso A-
Uma senhora enfrenta um caso difícil de separação. Vivia em união de facto, mas o seu relacionamento amoroso já tinha perdido fulgor há muito tempo. No entanto, há cerca de duas semanas o antigo companheiro saiu de casa, cortou relações com ela e assume uma relação que tinha começado há quase ano e meio.
Desesperada, recorre a um tarólogo de quem já tinha ouvido falar. Ao chegar à consulta, a senhora desabafa com o tarólogo sobre a sua situação. O tarólogo abre o baralho, lança as cartas e confirma à senhora que o seu ex-companheiro está realmente com uma nova mulher. Diz-lhe também, no entanto, que é possível ajudá-la a que ele volte para ela através de um ritual que ele pode fazer para separar o casal.
Para além do pagamento da consulta, a cliente terá de pagar ainda o custo do ritual, mas com a promessa garantida de que ele voltará para si rapidamente, daí o ritual ter um preço "um pouco puxado", ao que a senhora aceita.
´Passam 15 dias e a situação desta senhora mantém-se na mesma, ela têm então duas opções: liga para o consultório onde lhe é indicado que é ncessário mais um ritual, desta vez, para reforçar a relação entre ela e o seu ex-companheiro, para que ele volte para ela, ou resigna-se, sabendo que gastou dinheiro numa consulta em vão e mais dinheiro ainda num ritual que, nem sabe sequer se chegou a ser realizado e que não passou duma falsa esperança.
Caso B-
Este caso não envolve separação, trata-se de uma senhora casada com uma vida relativamente estável, mas que ao longo do seu casamento tem sido vítima de sucessivas traições por parte do seu marido.
Farta da angústia que sente por causa da situação esta senhora decide procurar um tarólogo. Faz uma pesquisa na Internet, até que encontra um anúncio com o qual se identifica e liga para marcar consulta.
Na consulta, a senhora explica a situação e desabafa sobre o que sente enquanto o tarólogo vai baralhando as cartas e começa a dispô-las num lance. O tarólogo explica então à sua consultante que as traições do marido se confirmam e que, embora não tendo significado para ele e não passem apenas de devaneios físicos, o marido não vai mudar tão rapidamente, apenas por força da idade ficará mais ajuízado. Alerta, contudo, que isto não tem nada a ver com a senhora, nem ela tem culpa e que por muito que ela se esforce para o agradar, não será por isso que a natureza leviana do marido mudará.
O tarólogo conversa calmamente com a consultante e mostra-lhe que compreende que a situação da senhora não é fácil, pedindo-lhe que reflicta com calma no que foi revelado na consulta e que, não tome decisões de ânimo leve, uma vez que a situação é delicada. Aconselha-a a escrever num papel, os prós e os contras de cada decisão e que vá lendo várias vezes a lista que fez num local sossegado e que medite sobre ela.
A senhora pagou o valor da consulta que durou cerca de uma hora, tal como estava marcado e, apesar de não estar feliz saiu do consultório mais calma depois da conversa com o tarólogo.
Passado um mês, a senhora volta a marcar consulta com o mesmo tarólogo.
Depois da consulta anterior, seguindo o conselho do tarólogo sobre fazer a lista com os prós e contras de cada decisão e reflectir várias vezes sobre ela, a senhora não teve coragem para se divorciar mas decidiu-se separar do marido. Queria ver por si própria como lida com a ausência dele e está a tentar focar-se noutras coisas, fazendo inclusive coisas que já não fazia há muito tempo. Vai sentindo angústia e saudade do marido, mas quer tentar aprender a lidar com isso e ver como vai reagindo antes de decidir se se divorcia ou não.
Como uma ajuda para a ajudar a tomar uma decisão marcou esta consulta, para ter uma melhor orientação sobre esta fase da sua vida.
Viram a diferença? No segundo caso, não existem falsas promessas, não existem milagres e as coisas não melhoram do dia para a noite é certo, mas são feitas de forma realista e ponderada e claro, não prometendo a felicidade instantanea, ajudam no caminho para uma vida mais feliz.
É essa a missão do tarólogo: não podendo oferecer a felicidade em si, é ajudar a encontrar dentro cada um o mapa para chegar a ela!
Vou abordar mais vezes este assunto aqui no blog, porque penso que ainda há muito a ser desmistificado em relação a este assunto. Porque o Esoterismo é uma coisa muito séria, mas não tem de ser nenhum tabu!